Evangélicos do mundo inteiro tem no dia 31 de outubro de 1517 a gênese de seu movimento religioso. A Reforma Protestante mudou a história do mundo ocidental quando o monge católico Martinho Lutero anunciou publicamente suas 95 teses, que visavam um retorno ao conceito bíblico de que “só Jesus salva”.
Como seu nome indica, a tentativa de Lutero num primeiro momento era “reformar” a Igreja Católica, pedindo que fossem abandonadas práticas que contrariavam as Escrituras Sagradas. Rejeitadas pelo Vaticano, suas teses marcaram o início do que seria o protestantismo, mais tarde assumindo diferentes nuances. Na América Latina, o termo evangélico é mais comumente usado para referir-se aos adeptos dessa confissão religiosa multifacetada.
A principal doutrina que Lutero levantou contra o sistema ritualístico vigente foi que a salvação da alma era decorrente somente pela graça e pela fé em Jesus Cristo, não pelas obras. Ele não é o único rosto desse movimento que se espalhava pela Europa havia pelo menos um século.
Entre os feitos de Lutero destaca-se a iniciativa de traduzir a Bíblia para a “língua do povo” que todos pudessem conhecer a Palavra de Deus. Até então sua forma mais conhecida era em latim e ter acesso a ela era privilégio do clero.
Com o passar dos anos e a consolidação das ideias de resgate dos ensinamentos das Escrituras sobre a tradição eclesiástica, foram sendo estabelecidos os “pilares” que são usados até hoje para definir a fé protestante: “Somente a Escritura, somente a Fé, somente a Graça, somente Cristo e Glória somente a Deus”.
Os ideais se espalharam pelo mundo e encontraram eco em vários movimentos similares. Essa é a raiz das igrejas evangélicas que se espalham por todo o mundo até hoje. Embora pouco divulgada pelas igrejas no Brasil, o fato é que a Reforma ajudou a mudar a história do mundo para sempre.
Dia da proclamação
No início de 2016, foi sancionada no Brasil uma lei que estabelece 31 de outubro como o “Dia nacional da proclamação do evangelho”. A Lei número 13.246, cujo projeto original era de 2003, foi elaborada pelo ex-deputado Neucimar Fraga, na época filiado ao PFL. Sua argumentação era que “a fidelidade à mensagem de Jesus sobre o Reino e ao seu amor infinito implica um compromisso ativo na transformação de estruturas injustas. A proclamação do evangelho supõe a promoção da paz e da justiça para criar um mundo novo que reflita o Reino de Deus”.
Segundo os dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – de 2010 – havia 42.310.000 evangélicos no Brasil, 22,2% da população. Como a cada ano os católicos perdem, em média, 1% dos fiéis e os evangélicos ganham 0,7% as projeções atuais indicam que já sejam um terço da população.
O próximo Censo oficial ocorrerá apena em 2020, mas são feitas amostragens de tempos em tempos para estabelecer tendências. “Possivelmente em cerca de 10 e 15 anos o Brasil não terá mais maioria católica”, avalia o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.
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